Quantos me vêem?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Efémera

O titulo não faz sentido com o texto que escrevo.
Mas apeteceu-me.
Como também me apetece escrever.
E, desta vez, irei mais longe.

Verónica vestiu o sobretudo preto, tapando a roupa arrojada que vestia.
Apenas se via uma parte das collants pretas e arrendadas e os saltos altos, também pretos.

Se não confundirmos sensualidade com sexualidade, talvez este texto corra bem.
Chocante? Nem por isso...
Espero não cometer esse erro.

Os tacões dos saltos altos soavam ruidosamente na calçada.
Isso pouco lhe importou.
Apenas se perguntava se este cliente era um novato ou já experiente nesta arte, como ela assim lhe chamava.


Pode ser estranho uma adolescente como eu escrever um texto como este.
Mas pensei, e porque não?
Decidi inovar, por uma vez só, a minha escrita.

Chegou á porta do prédio e mirou-o, de alto a baixo. Era um prédio como todos os outros, mas este despertou-lhe algo de místico e sinistro.
Verónica pensou que estas sensações vinham do seu encontro com o cliente.
Preocupou-se ao ver as campainhas para cada andar e o seu lado. Esquecera-se do andar e do lado onde vivia o seu cliente.
Fez ao estilo de Nova Iorque: tocou a todas as campainhas.
Do intercomunicador, uma voz.
- Sim?
- Sou eu.
- Açúcar?
- Chocolate.
- Entra.
A porta do prédio abriu-se com um clique.
- Ouve, esqueci-me do teu andar.
- 4º Direito. Que essa falha não se repita.
Subiu.
Ainda só lhe ouvira a voz, e pareceu-lhe, pela firmeza e masculinidade, que já era experiente.
Descalçou os saltos e subiu as escadas em bicos de pés. Evitaria fazer barulho e não cansava as pernas e os pés, sabendo que com o cliente já as iria cansar.
Ao chegar ao 4º andar, viu um homem parado a uma porta aberta, e calculou que fosse o seu cliente.
- Entra, Açúcar.
Entrou em sua casa atrás dele. Fechou a porta e lá ficou parada, a observá-lo.
Alto, magro, bem constituído, cabelos pretos e olhos azuis, a entrar, se não é que já os tenha, na casa dos 30 e tal anos.
Estava vestido com uma camisa azul clara, calças de ganga e sapatos castanhos.
- É o homem ideal para qualquer mulher, - pensou Verónica - pergunto-me porque recorreu aos meus serviços.
- Trouxeste contigo algum material? - perguntou ele.
- Não.
- Tenho algum comigo. Apresentamo-nos?
- Se me quiseres por hoje, não será necessário. Se gostares dos meus serviços, talvez nos apresentemos.
- Vem.
Foi.
O apartamento tinha ar de pertencer a um homem solteiro, neste caso, ele.
Acompanhou-o a um quarto pintado com tons de vermelho, armários pretos e castanhos, uma cama, cadeiras e pequenos sofás.
Acendeu uma luz no tecto, luz acolhedora. Abriu um armário grande, cheio de algemas, cordas, fatos, correntes e tudo o mais; enfim, acessórios sado-masoquistas.
Verónica sentou-se num pequeno sofá e começou a fumar.
- Podes sent...ah, deixa. - disse ele.
Através das nuvens de fumo que formava, Veróniva via-o a retirar algemas, uma vergasta e uma mordaça. Gostou da escolha dos instrumentos: eram os seus favoritos.
- Comecemos com estes. Que tal?
- Como queiras, eu apenas obedeço.
- Masoquista. Adoro.
Ele encaminhou Verónica para a cama. Tirou o sobretudo e ficou com o espartilho e cuecas pretas, collants de renda pretos e os saltos altos, também pretos. Ele gostou do que viu.
Verónica foi algemada, vergastada, amordaçada, vendada, mordida, esbofeteada, e por fim mas menos excitante para ambos, violada.
Viu que este cliente era já um experiente na arte sadomasoquista, e por várias vezes teve de fazer gestos ou tentar gemer "chocolate", a safeword dela.
À medida que a arte foi decorrendo, ela já se habituara à dor. A safeword não era mais necessária.
No fim, acendeu outro cigarro e deu um ao seu cliente.
- Que horas são?
O cliente consultou o relógio.
- Dez para a uma da manhã.
- Tenho de ir.
- Quero o teu contacto.
Verónica tirou do bolso do sobretudo um pequeno cartão e entregou-lho.
- Aqui tens. O dinheiro?
O cliente deu-lhe o dinheiro.
Sem uma palavra, Verónica dirigiu-se à porta para sair.
- Ouve.
Verónica virou-se.
- Sou o Ricardo.
- Verónica. Prazer.
- É todo meu.
Saiu, descalçando de novo os saltos altos e descendo a escada.
- O perfeito sádico. - pensou ela.
Andou até chegar a um bar, onde encontrou Gabriella, a sua melhor amiga.


Escreverei mais.
Por agora dou-vos uma parte do texto.
Já o escrevi há algum tempo, mas só agora o publico.

Espero não vos ferir.

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