Quantos me vêem?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Infinitamente

Combinaram naquela esplanada em específico.
Ainda insistiu para irem ao "Lua Mar", a sua esplanada preferida.
Mas ele insistira na "Maresia".
Ás 14h da tarde já ela lá estava, e nem sinal dele.
15 minutos depois ele chega. Olha-a vagamente, como se ela não lá estivesse, até depois ter voltado a si.
Durante o que lhe pareceu uma hora não trocaram palavra.
Ele limitou-se a observá-la, como estava vestida, o seu aspecto, o ambiente em redor, as pessoas em redor, tudo.
Ela quebrou.
- Porquê?
Ele continuou na sua observação, agora dirigida de novo a ela.
Já impaciente, abriu a boca para falar, mas ele cortou.
- Quis ver-te.
- Agora?
- Não é tarde.
- Nem é cedo.
Acenou levemente ao empregado mais perto.
- Uma água com gás, por favor.
- Para mim também.
O empregado foi e voltou com a mesma rapidez e eficiência com as águas. Serviu-os e foi.
Ele pega na mão dela suavemente.
- Porque tremes?
- Tremer? - repetiu ela.
- De alto a baixo.
- Ora...
- Sê sincera. - cortou ele.
Teve uma curta pausa e respondeu.
- Depois do que nos aconteceu, rever-te traz ao de cima antigas sensações, emoções e outros que tais, tal e qual como antes sentia.
- Não deixaste nada?
- Nada. Tudo ficou guardado dentro de mim, bem dentro onde ninguém possa ver à luz do sol.
- Regressei. Estou de volta, e daqui não mais sairei.
Ela riu-se discretamente.
- Duvidas?
- Daqui a uns meses estamos assim de novo. Foi sempre assim. Por dois anos. Neste mete-tira.
- Não o nego. Ouve, estás a tremer muito. O que se passa?
Já não aguentava mais. Rendeu-se ao seu desgosto e rebentou num pranto.
- Desculpa...
- Eu é que peço desculpa.
Ele remexeu-se na cadeira, e ela temeu que ele se fosse embora de novo. Apertou-o um pouco mais nas mãos.
- Calma. Daqui não saio.
Ela limpou as lágrimas e disse.
- Choro porque esperei por isto. Esperei por muito, e não desisti da esperança. Esperei pela tua vinda, caminhando para a frente olhando sempre para trás, de modo a não me perder no antigo caminho que é hoje o meu futuro. Perdoa-me os lamentos típicos de uma mulher, mas queria que soubesses. Como sofri. Como sobrevivi. Como esperei. 
Chego a olhar para trás e vejo muita coisa do qual me arrependo. Foi por não o ter feito ou por o ter feito, envergonho-me e arrependo-me de muito. Tento perdoar-me mas sei que nem tu perdoarias.
Perdoo apenas o mal que os outros me fizeram. E sim, feriste-me. E eu também te feri.
Alegrei-te, e tu também me alegraste. Decerto te lembras do primeiro dia...ora, voltamos a essa memória mais logo.
Retomando, sabes que fui eu, (e estas são palavras tuas) que te ensinei algo que tu dizias que não conhecias. Provavelmente a base do sentimento humano.
Ainda bem que voltaste!
Nisto ela baixa os olhos e continua a soluçar.
Ao que ele responde.


Caros leitores/seguidores, não consegui acabar este texto neste momento.
Deixá-lo-ei em suspenso, para um dia voltar a escrevê-lo.
Se quiserem, continuem-no. Gostaria que o fizessem, se vos agradar.
Até o próprio título vai ser remodelado.

Apeteceu-me.

Criatividade e ideias precisam-se.




13- Dez- 2011
Aqui está a continuação do texto. Temo que seja uma escrita pobre, mas por agora é o melhor que pude fazer.
Lamento decepcionar-vos.
As ideias para um novo fim a este texto continuam em aberto.

- Foi como se me tivesses tirado as palavras da boca. Não nego o que acabas de dizer. Que dizer mais, se tu já disseste tudo. Lamento falar tão pouco.
- Essa é uma das tuas maiores características, e aprendi a lidar com ela. Até passei a saborear o teu silêncio. Perdoa-me o exagero, mas creio que desde o início que passámos a ser um só. Enfim, "mulherices".
Fitaram-se por um longo tempo. Ele pagou distraidamente a conta, e com a mão dela na dele caminharam até à praia. "Natureza precisa-se", pensou ela.
Poderia relatar o diálogo silencioso que ambos tiveram, mas o silêncio é de ouro.
Posso sim dizer que este texto não acabará por aqui.
Nem mesmo quando eu, autora, e eles, personagens, falecerem.
Este texto é de todos.


Apenas me dei ao trabalho de o escrever.


Perdoem-me o péssimo texto. O mesmo quanto ao novo título.
("Voltaste!" para "Infinitamente", nada mau.)



1 comentário:

  1. Sei do que falas. Continua a escrever, fecha-te num lugar, e escreve, escreve, escreve. Fico à espera da continuação da história.
    Criatividade e inspiração sabes onde encontrar.

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