Quantos me vêem?

terça-feira, 19 de março de 2013

Adrenalina




O pano cai, o medo vem
O corpo treme e sente o chão
Por tanto quereres o que não tens
A voz é surda atrás da mão.

O corpo treme.
Sucessivas convulsões, não páram, nem eu as quero parar agora.
A adrenalina sobre, e eu já não sou eu; sou algo cheio de vivacidade.

Neste êxtase, sabes o quanto procurei o teu rosto na multidão?
Sabes o quão ousei querer ser mar tão claro como o dos teus olhos?

Tão rápido sonhei como tão rápido acordei.
A queda já não dói. Habituei-me a ela, tornei-me nela.

É por isso que quando encontrei o teu rosto na multidão

e me tornei no mar dos teus olhos

já nada era, nada via, nada sentia sequer.

As convulsões pararam.
Voltei a ser eu.

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