Quantos me vêem?

domingo, 20 de novembro de 2011

Cada Qual no Seu Lugar

Uma outra típica fase dos jovens: encontrar o seu lugar.

Acredito que cada um de nós tem um lugar próprio no Mundo.
Eu estou (quase) a descobrir o meu.

Ultimamente ouço e descubro bandas e artistas de Rock Alternativo e outros afiliados.
Chego ao guarda-roupa, escolho umas calças de ganga escuras, uma t-shirt larga, uns ténis, e estou vestida.
Apesar das dificuldades que passo hoje em dia, sinto-me cada vez mais leve e flexível para lidar com isso.
Os meus passos tornaram-se mais pesados e barulhentos. Não, não engordei.
Olho para tudo de um modo diferente.
Era bastante emotiva (não era uma Emo). Agora as emoções são outras.

Nisto tudo, ainda sou infantil.

O que vos dizer mais?

Apenas me lamento por aborrecer quem me lê com tretas de qualquer jovem, neste caso, eu.
Já passaram por isto...

Sinto que é tudo o que tenho para dizer, por hoje.

sábado, 19 de novembro de 2011

A Minha Censura

Quando escrevia, tinha medo de escrever mal, e por vezes apagava o texto todo, com medo que estivesse mal escrito escrevia o que me apetecia, sem medos.
Nunca relia o texto, deixava-o estar como estava relia-o vezes sem conta até saber que estava perfeito.
Depois publicava-o, roía as unhas com o medo de me dizerem que estava horrível, e sentia-me tentada a apagar tudo e reescrever alegre com a minha obra.
Depois, quando alguém comentava, preferia mil vezes não ler o comentário lia-o com um sorriso nos lábios, quase que chorava ao saber que tinha tido uma opinião independentemente de ser ou não uma boa crítica se era má culpava-me por ter publicado tamanha estupidez.
Era libertador escrever sentia-me presa. Era o meu passatempo favorito sim, gostava de escrever, mas o medo bloqueava-me as ideias e ainda hoje o é.
Depois, vi que os meus textos tinham muitos rasurados invisíveis neles. Tinham nada, era imaginação minha!
Prendia-me o coração vê-los assim, era triste. Mas não te queixavas...
Até que um dia libertei-me deles, gradualmente Libertaste nada, olha aqui eu, um rasurado!
Lutei contra os meus medos ainda cá estou! mesmo sendo uma batalha difícil ainda tens medo, daí eu ainda cá estar! e lá acabei por vencer Mentira!
Sim, venci.
Passei a escrever sem medos, sem rasurados.
Agora leiam o texto sem os rasurados acima para verem a realidade de hoje.

Sei que o texto é curto, mas está perfeito como está.

Eu gosto.

E tu?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Senhora Que Aprendeu a Sorrir

Inverno.
Não chovia, o que era uma sorte. Contudo o ar estava húmido, e segundo o aspecto das nuvens poderia a qualquer momento cair sobre Lisboa uma carga de água.
Passeava, sem destino. Já cansada sentei-me num banco de jardim, e distraidamente olhei para o horizonte.
Pouco me interessava o que via, apenas dava ouvidos à música que tocava nos auriculares.
A música alegrava-me. E então sorri.
Continuei a sorrir, até uma idosa se ter sentado ao meu lado. Ignorei-a.
Notei de que desde que ela se sentara ao meu lado que não despegava os seus olhos de mim. Pelo menos assim o meu sexto sentido assim o dizia.
E o meu sexto sentido assim o confirmou.
A senhora tocara-me levemente no meu ombro, e educadamente desliguei a música.
- Minha querida, porque sorri?
- Se soubesse diria que estava a sorrir porque a música que estava a ouvir me fazia sorrir. Mas se, mesmo sem música, continuo a sorrir, então é algo que me é natural...
A senhora fitava-me. Os olhos dela brilhavam, mas sorrisos ela não tinha. Apenas um semblante triste e derrotado, por alguém que vivera muito e dessa vida apenas levara desilusões.
Comparando esta senhora com outras pessoas que por ali passavam, diria que não existe diferença nenhuma. Todas elas, no seu dia-a-dia, nos seus negócios, nos seus assuntos, no seu mundo destruído.
Os olhos da senhora brilhavam, e reconheci esse brilho como um pedido de ajuda.
Decidi arriscar.
- Perdoe-me a ousadia, minha senhora, mas porque motivo me fez tal pergunta?
- Diz-me: vês aqui alguém a sorrir?
Não, não via.
- Nos dias de hoje, minha querida, sorrir está em vias de extinção. E ver alguém sorrir nestes dias é como testemunhar o aparecimento de um extraterrestre. Não a considero um extraterrestre, mas vê-la sorrir chamou-me a atenção. E ver uma jovem a sorrir chega a ser algo estranho...
- Pois, bem sei...
Seguiu-se um breve silêncio, que quebrei.
- Porque é que a senhora não sorri?
- Oh, já dei o que tinha a dar. Perdoa-me o pessimismo, mas não sei o que faço aqui, viva. Já devia estar morta e enterrada a sete palmos de terra, mas ainda aqui estou. Sorrir, não sorrio, porque a vida já me levou o optimismo. Agora vagueio por aí, como um fantasma...
- Cruzes! Morta? Por essa ordem de ideias eu, apesar de jovem, e tendo a vida urbana e carregada que tenho, também deveria estar morta. Aliás, então todos aqui deveriam estar mortos. Minha senhora, o sorriso é de todos. Não é apenas uma causa de algo que nos proporciona bem-estar. As pessoas podem sorrir quando querem e chorar quando querem. Quem nos impede? O stress? As depressões? O mal-estar? Nada disso. Por vezes, quando estou stressada, tento sorrir. De início sai-me um esgar patético, mas se continuar a insistir, ele aparecerá cada vez mais radioso. E se me apetece chorar, choro. Chorar também alivia... Somos donos de nós próprios. Minha senhora, faça o favor de sorrir. Seja feliz. Viva! Ainda está no mundo dos vivos porque ainda tem muito que viver. E com um sorriso na bagagem e no rosto não lhe serão negadas quaisquer viagens.
- Não creio que me seja fácil...
- E existe alguma coisa que seja fácil no mundo? Ora, a senhora já viveu mais do que eu e tenho de ser eu a dar-lhe estes "sermões"? Façamos assim: eu agora tenho de ir para casa, que já são horas. Amanhã voltarei aqui, e se a senhora puder proponho-lhe que também volte. De acordo?
- Para quê?
- Para a ensinar a sorrir.
- Ora... Mas...
- Nem mas nem meio mas. Oh!, desculpe-me...
- Estás desculpada.
Ficámos minutos a olhar uma para a outra, e acabámos por sorrir. Então cresceu uma gargalhada, e vi-a feliz.
No dia a seguir, e nos dias que se seguiram a esse dia, ensinei a senhora a sorrir.
Por sua vez, essa senhora ensinou outras pessoas a sorrir.

E tu, já sorriste hoje?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Corações ao Alto!

Não voltarei com rodeios.
Sempre tive o terrível medo de escrever logo o que sentia, pois receava a opinião dos outros.
Agora vou escrever como nunca o fiz, não apagando sequer uma única palavra que saia do meu ser.


"Corações ao Alto!", digo-o no meu título. Pois quero-os bem ao alto, tal como creio que tenha posto o meu.
Não sei porque assim o quero, mas hoje pareceu-me bem fazê-lo. Deixá-lo bem no topo, como se fosse a coisa mais importante para nós.
Se pudesse gritaria esta exclamação. Que se libertassem do fardo exterior com que muitos se protegem hoje em dia de modo a serem quem realmente são, sem futilidades ou algo de outra espécie que denote/conote falsidade.
Dói-me ver alguém assim. Dói-me ser abatida pelas defesas dos fardos deles.
Enfim, acabo por cair na parva pergunta de "porque é que não somos todos verdadeiros uns com os outros?", sabendo que sei a resposta, mas não a quero aceitar.
Terei de me confortar num mundo onde somos todos falsos, com máscaras eternas, e sem corações, nem mesmo ao alto?
Outra pergunta ao qual sei a resposta: sim. É a verdade nua e crua.
Mas, creio, eu faço um esforço para não me esconder. Sou quem sou, e é com orgulho que o digo.
É também com orgulho que meto o meu coração ao alto.
Leve ele as traulitadas, as trovoadas, o frio, as cicatrizes, as lágrimas que á custa disso derramarei, deixá-lo-ei bem no alto, para que todos o vejam.

"Corações ao Alto!", meus amigos.

E sejam felizes.

domingo, 6 de novembro de 2011

Onde o Casulo se Abre e os Olhos Não Despertam

Não sei escrever bons textos, portanto não irei com rodeios.

Não me sinto bem.
Não me sinto sequer.
Estou numa espécie de meio-termo...onde não me apercebo de quem sou.
Sim, aposto que é uma daquelas fases estúpidas e anormalmente normais dos adolescentes.
E publicar isto num blog pode ser...digamos, parvo. Ou aborrecido para quem me lê.
Mas não vou apagar este texto.
Comecei esta parvoíce, vou acabá-la.
Continuando.
Como já disse, estou numa fase.
Não sei como a descrever...mas creio que o meu titulo resuma tudo.

Ultimamente não sei quem sou.
Por fora, mudei de visual.
Por dentro, as minhas atitudes não são o que eram, tenho um semblante de morta-viva, perdi alguns gostos que antes me animavam, olho as coisas com certa indiferença...
Olho para o espelho e não me vejo a mim, mas sim outra criatura qualquer.
O que se passa comigo, pergunto eu?

Há uns dias atrás, vinha eu da escola, e estava a chover. Não tinha guarda-chuva. Caminhei até casa, e cheguei encharcada.
Não me importei sequer se ficaria com frio ou constipada (algo impossível porque nunca tive nenhuma), apenas andei até casa como se não estivesse a chover.
Não me importei comigo.
Não quis saber de mim.
E foi aí onde me perguntei se existia em mim alguma auto-estima.


Este texto não está acabado, e duvido que alguma vez o estará.